A Placa de Petri é um dos mais importantes instrumentos de um laboratório de microbiologia, ao mesmo tempo eficiente e simples. É um recipiente geralmente de vidro ou plástico, cilíndrico com as bordas elevadas verticalmente. Pode ser coberto por outra placa do mesmo formato, um pouco maior.
O epônimo (*) refere-se a Julius Richard Petri, um microbiologista alemão, que idealizou a placa quando era assistente de Robert Koch, na década de 1880.
No último quarto do século XIX, florescia a teoria dos germes que revolucionou a medicina e Robert Koch era um dos seus maiores expoentes. Isolar as bactérias, entretanto era um processo muito difícil. Os meios de cultura geralmente líquidos e em frascos, contaminavam-se com frequência e não permitiam a replicação.
O grande salto na técnica da cultura bacteriológica ocorreu em 1881 quando Fanny Angelina Hesse, também assistente de Koch, descobriu a maneira de fazer um meio de cultura eficiente, sólido, com a utilização de agar. Koch imediatamente começou a empregar o ágar (antes ele usava gelatina), infundido com caldo de carne em uma placa de vidro, rasa e coberta com uma campânula de vidro. Isso permitia uma área maior para espalhar as culturas e facilitar o isolamento de colônias, mas a placa ficava constantemente exposta ao ar e se contaminava com facilidade.
Julius Richard Petri (1852-1921), Robert Koch (1843-1910), Fanny Angelina Hesse (1850-1934)
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Em 1887, Julius Petri teve a ideia da construção de uma parede perpendicular à superfície da placa e da cobertura com outra placa, um pouco maior, o que obstruía o contato com o ar e mantinha a presença do oxigênio. A Placa de Petri continua com grande utilidade nos laboratórios de microbiologia e seu design permanece praticamente inalterado, quase 130 anos depois de sua invenção.
A placa de Petri, o ágar de Fanny Hesse (que ficou sem o merecido epônimo) e o gênio de Koch permitiram um enorme impulso no desenvolvimento da bacteriologia, consolidando a teoria dos germes e estabelecendo uma das maiores revoluções da história da medicina.
(*) O dicionário online Michaelis define epônimo como:
“adj (gr epónymos) 1 Que dá ou empresta o seu nome a alguma coisa. 2 Que recebeu o nome de uma pessoa: Doença epônima. Var: eponímico. sm 1 Nome de um personagem mítico ou histórico do qual se derivou ou supõe-se ter sido derivado o nome de um país ou povo: Ítalo, Rômulo, Bruto, Bolívar são epônimos de Itália, Roma, Britânia, Bolívia. 2 Nome próprio ou comum, que se deu a alguma coisa ou do qual se derivou o nome de alguma: zepelim, abreugrafia. 3 Nome formado de uma pessoa ou que o inclui: Doença de Chagas.