A Doença de Parkinson ou o Mal de Parkinson tem seu epônimo relacionado ao cirurgião inglês James Parkinson, o primeiro a descrever o processo mórbido, em 1817, quando publicou um trabalho com o título de “An Essay on the Shaking Palsy” (Um ensaio sobre a paralisia agitante). No primeiro capítulo dessa dissertação, Parkinson descreve a paralisia agitante como “tremores involuntários, com diminuição da força muscular; em partes que não estão em ação e mesmo quando suportadas; com a propensão de curvatura do tronco para a frente, passando de uma caminhada a um ritmo de corrida. Os sentidos e o intelecto não estão afetados”.
James Parkinson nasceu em Londres, em 11 de abril de 1755. Estudou no London Hospital Meical College e em 1776 foi diplomado como cirurgião. Teve também importante militância política, pregando reformas sociais. Morreu em 21 de dezembro de 1824, vitimado por um acidente vascular cerebral, ou apoplexia, como se dizia na época.
A denominação de Doença de Parkinson foi feita por Jean-Martin Charcot (1825-1893), considerado o “pai da neurologia”, mais de 60 anos depois, homenageando o pioneiro na descrição da doença.
Charcot foi responsável por grandes avanços no entendimento e no tratamento da DP. Foi ele quem mostrou que não havia a fraqueza muscular descrita por Parkinson, quem descreveu o tremor em repouso das mãos, a facies característica (em máscara), a disartria, a escrita micrográfica característica dos pacientes e quem introduziu o primeiro medicamento para tratamento do Mal de Parkinson, a hioscinamida, um precursor dos alcaloides da beladona.
Não foi possível encontrar nenhuma imagem com a figura de James Parkinson. Na época em que Parkinson morreu, em 1824, a fotografia ainda não era disponível. A fotografia que ilustra vários artigos sobre ele em diversos sites na verdade é de um certo James Cumine Parkinson, que nasceu em 1825.
Referências
1. Parkinson, James. An essay on the shaking palsy. [Online]
2. Berrios, GE. Introdução à “Paralisia agitante”, de James Parkinson (1817). Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.19 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2016.
3. Teive, H A G. O papel de Charcot na Doença de Parkinson. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.56 n.1 São Paulo Mar. 1998.
4. Goetz, CG. The History of Parkinson’s Disease: Early Clinical Descriptions and Neurological Therapies. Cold Spring Harb Perspect Med. 2011 Sep; 1(1).
5. Stott, SRW. The wrong James Parkinson. Practical Neurology 2015,15(2) p148
Já tinha lido esse post, mas gostei muito de reler. Muito bacana
Muito obrigado, Professor Braile, pelo carinho e pela atenção com o blog.
Neto,
Como sempre, voce nos traz, um excerto da história a nos chamar a atenção para a saga do desenvolvimento das ciências médicas. Um caminho difícil e cheio de emoções!