Rembrandt Outra aula de anatomia. Dr. Deyman

O sucesso da Lição de Anatomia do Dr. Tulp, fez com que Rembrandt, 24 anos depois, aceitasse a encomenda de fazer uma nova tela com o mesmo tema, desta vez para registrar a aula do Dr. Joan Deyman, o sucessor de Tulp. Um incêndio em 1723 destruiu grande parte da tela e a parte que se salvou mostra o anatomista removendo a foice cerebral da dura-mater. A calota craniana está na mão do assistente. Os órgãos abdominais já haviam sido removidos.

O rosto do cirurgião, que a pintura pretendeu deixar para a posteridade foi destruído pelo fogo, bem como as demais figuras que participavam da composição. O cadáver é de um condenado à morte, Joris Fonteijn de Diest. Quem teve a fisionomia registrada foi o assistente de Deyman, Gysbrecht Matthijsz Calcoen, um Mestre da Guilda de Cirurgiões de Amsterdã.

A demonstração do cirurgião foi feita no Teatro de Anatomia de Amsterdã, e constou de três aulas.

Registros do Teatro dão conta que (em tradução livre minha):

em 28 de janeiro de 1656 foi executado Joris Fonteijn de Diest, a quem os veneráveis senhores do Tribunal de Justiça nos concederam como um espécime anatômico.  No dia 29 o Dr. Joan Deyman fez sua primeira demonstração nele, no Teatro Anatômico, três aulas no total.”

Historiadores da arte acreditam que Rembrandt foi influenciado pela pintura O Cristo Morto, obra de Andrea Mantegna, da década de 1480, para pintar o cadáver de Joris Fonteijn.

Neto Geraldes

Um novo historiador que gosta da medicina e um velho médico que gosta da história.

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