Não sou eu quem repete essa história
É a história que adora
Uma repetição, uma repetição”
Chico Buarque em Rebichada
Este é um post de história sobre o futuro.
O texto abaixo faz parte do livro “Fragmentos: cartas, diários e memórias de um estudante barra 70” que escrevi contando histórias da minha turma de faculdade.
Brasília, 29 de abril de 1970
O Fábio hoje apareceu na aula com a última revista Veja, entusiasmado com algumas previsões para o ano 2000, a respeito dos computadores. Cada coisa maluca! E ele acredita! Lá dizia que no fim do século XX existirão computadores que as pessoas terão em suas próprias casas e até que teremos computadores de bolso! De bolso! Os computadores irão ajudar na educação das crianças, vão controlar vôos, tráfego urbano, até diagnósticos médicos e exames de laboratório vão fazer. Se o Galileu, que não faz nada disso, ocupa quase metade do piso superior do Minhocão Sul, imagina o trabalhão que não vai dar para as pessoas terem computador dentro de casa. Lá diz também que o número de pessoas que terão computador doméstico será igual proporcionalmente ao dos que hoje tem telefone. Tem louco pra tudo.
Na mesma revista tem uma reportagem que diz que a Sony do Japão está prometendo um aparelho capaz de gravar qualquer programa de TV. Eles dizem que depois esse programa poderá ser reproduzido no próprio televisor. Vai ser como gravador de som: o sujeito grava o programa e depois assiste quantas vezes quiser.
Hoje o Fábio Latuf Gandour, meu colega de faculdade barra 70, é cientista chefe do Laboratório de Pesquisas da IBM e concedeu uma entrevista ao blog do Clayton Melo que vale a pena ser vista, com, nas palavras dele: “reflexões sobre o futuro, bem apoiadas nos acontecimentos presentes”. Ele explica conceitos e movimentos científicos muito interessantes, como o Watson e o transumanismo. Daqui a 43 anos me proponho a conferir, telepaticamente, com vocês.
O endereço é:
http://claytonmelo.istoedinheiro.com.br/2013/01/11/entrevista-com-fabio-gandour-da-ibm-voce-vai-se-fundir-com-uma-maquina/
P.S. Galileu era o nome do então avançado computador da UnB. Minhocão era, e ainda é, o apelido do prédio do ICC – Instituto Central de Ciências, o principal prédio da universidade.
E a briga para pegar a maquina que tivesse corretivo!
Helo
Pois é, Bia. Vc se lembra de que nos tempos do nosso programa de prevenção da AIDS no BB usávamos moderníssimas máquinas de escrever IBM com borboleta.
Wow…Adorei isto de futurologia…previsões "absurdas", né amigo? E havia quem acreditava nelas…hahaha…e lá vamos nós, de novo, observando e fazendo a história!!!! Gde bj. Biazinha