Ciência e Caridade – Pablo Picasso

Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso pintou o quadro Ciência e Caridade em 1897 com a idade de 15 para 16 anos. É uma das obras com motivos da medicina mais conhecidas mundialmente e é talvez a principal do chamado período formativo do pintor que precede a “fase azul”.
Na pintura, uma mulher enferma encontra-se no centro do cenário com um médico examinando-lhe o pulso da mão direita, que tem o aspecto cianótico. À direita, uma freira segura uma criança no colo, que se presume filha da enferma e oferece uma caneca à moribunda. Embora a gravidade da doença seja realçada pela palidez  e inércia da paciente, o ambiente retratado é tranquilo, em paz. A mãe olha para a criança talvez despedindo-se e a criança está com a atenção toda voltada para a mulher.
Jose Ruiz Blasco e Dolores, a Lola (pai e irmã de Picasso) foram os modelos do médico e da moribunda. Consta que o modelo da freira foi um adolescente utilizando um hábito emprestado e a criança, a filha de uma mendiga.



La visita de la madre – Enrique Paternina

 

Alguns historiadores da arte acreditam que Picasso inspirou-se no quadro do pintor Enrique Paternina, chamado  La visita de la madre, que se encontra atualmente no Museu do Prado. A motivação de Pablo Picasso para o tema da pintura talvez tenha sido a morte de Conchita, sua irmã, no ano anterior ao da pintura, de difteria.

Retrato do pai, pintado por Picasso em 1896



 

Neto Geraldes

Um novo historiador que gosta da medicina e um velho médico que gosta da história.

Este post tem 5 comentários

  1. Anônimo

    louco o nome de picasso

  2. Pois é Luis. Nome de imperador brasileiro. Uma coisa que me intriga é a fisionomia da mulher enferma. Parece um pouco caricatural.

  3. Luís Alfredo

    Realmente foi uma surpresa também pra mim que Picasso(não tinha a mínima ideia do seu nome completo)pintasse quadros neste estilo. É bem verdade que não sou nenhum expert em arte, muito pelo contrário, mas as pinturas que já havia visto, inclusive no Museu do Prado, são completamente diferentes dessa acima, digamos assim "normal", mas não menos expressiva e tocante
    Luís Alfredo

  4. Cris, eu queria ter colocado no texto isso que você disse, só que não dei conta. Até há pouco tempo tempo eu tinha a sensação de que Picasso só fazia coisas malucas, cheias de significado, sem deixar de serem malucas. Na pesquisa que fiz para o post, encontrei vários depoimentos semelhantes, de pessoas que se surpreendiam com um quadro "normal", como você disse. Alguns diziam que achavam que ele não sabia desenhar. E não há como negar que ele é genial.
    Fiquei com receio de tentar interpretar o quadro, porque quando foi pintado Picasso era muito jovem e recebia forte influência do pai, que era professor de artes. Mas é difícil não se emocionar com as representações da pintura.
    Por causa do seu comentário, acabei de postar um retrato que o artista fez do pai, um ano antes de Ciência e Caridade para comparar com a figura do médico.

  5. Thereza Cristina Pereira

    Há uma fato novo a ser acrescido a um velho conhecimento.
    Digo isto em razão de que eu desconhecia esta "fase" de Picasso. Para mim,com relação ao artista, ficou a dolorosa e angustiante sensação causada pelo impacto da mensagem transmitida pelo ENORME quadro Guernica exposto, à época, no Museu do Prado.
    Desde então, até hoje, não sentia conforto ou interesse pelas obras de Picasso.
    Graças a você, aprendi não só o extenso e pomposo nome do artista, como descobri um artista sensível e perfeitamente "normal" para o "meu" ignorante olhar de apreciadora das artes! Fantástica descoberta!
    Cris

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