Bálsamo Memória Fotográfica 3 – As Vendas

Armazém de secos e molhados em Bálsamo – anos 40
Desde sua fundação, a economia de Bálsamo e de toda a região era baseada na agro-pecuária e a grande maioria da população habitava a zona rural.  Em 1928 existiam 6686 habitantes nas propriedades rurais e apenas 746 na região urbana. Em 1953 foram contados 4650 habitantes na zona rural e 1500 na sede do município. Com a economia centrada no campo, era natural que o comércio da cidade se organizasse para abastecer as colônias de trabalhadores que se formaram nas várias fazendas da região e os principais estabelecimentos comerciais eram os armazéns de secos e molhados, conhecidos como vendas. Na fotografia no alto da página, provavelmente da década de 1940, pode ser visto um desses armazéns, com as prateleiras abarrotadas. Observando bem, dá pra ver muitas mercadorias até no teto da venda. O armazém fotografado ficava na esquina das ruas Minas Gerais e Avenida Brasil, no local onde mais tarde funcionou o Cine São José. Era a Casa Dias do Sr. Ernesto Lopes.
Vários outros estabelecimentos similares existiam na cidade. A maioria ficava nas ruas em frente ao Jardim. Na Avenida Brasil, são lembrados o do José Martins, a Casa Arantes de Aristides Arantes, (que foi prefeito de Bálsamo), o Armazém do Guilhem. Na Rua Rio de Janeiro contavam-se a Casa Soler de João Soler Flores, a Casa Gualti de Glicério Gualti, depois tocada por Alexandre Piva. Ainda são lembrados o Armazém de Dario Rochele do Amaral, o Sana, o de Pedro Sanchez, o de Julião Navarrete, o de Diego Garcia, o de Edmundo Borduqui.
O primeiro armazém de Bálsamo foi de propriedade de Pedro Navarro Garcia, então solteiro, e de seu irmão André, casado com a Sra. Ana Valero Andréo. A venda dos irmãos Navarro foi instalada na frente da casa onde residiam e foi a primeira edificação construída no povoado emergente, em 1920. Ficava na Avenida Brasil, em frente ao Jardim, na esquina com a Rua Minas Gerais, à direita de quem olha para a atual Escola Modesto José Moreira.
Localização do armazém de Pedro Navarro e da futura Casa Dias, numa fotografia da década de 1930 
A maioria das vendas era feita a crédito, o abastecimento das fazendas ia sendo feito ao longo do ano e as contas eram acertadas depois da colheita. Muitos dos atuais moradores da cidade ainda se lembram bem das compras feitas com caderneta, onde o comerciante anotava o fiado em uma cadernetinha que ficava em poder do cliente!
As fotografias são do acervo de Julio Martinez Parra, as informações populacionais e sobre o armazém de Pedro Navarro foram retirados do livro Grupo Escolar de Bálsamo de Antonio Esteves e a lembrança dos armazéns vem um pouco da minha memória e muito da memória de Lourdes Geraldes, minha mãe.

Neto Geraldes

Um novo historiador que gosta da medicina e um velho médico que gosta da história.

Este post tem 4 comentários

  1. Junior

    Casa Gualti hoje é de Altamiro Gualti, saudade desta terra que muda para melhor cada dia que passa!!!!

  2. Neto Geraldes

    Olá Leonardo, obrigado. Aquele quarteirão com demarcações e um círculo no centro é o Jardim "de baixo" delimitado pelas atuais ruas D. Ayala, Av Brasil, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O jardim da Igreja fica acima e dá pra ver uma construção que muito provavelmente é a capelinha original. As setas que indicam o Armazém de Pedro Navarro e a Casa Dias estão mesmo na Avenida Brasil.

  3. Neto, observando a foto, creio eu que a ''casa Dias'' seria aquela da esquina de baixo, mais abaixo do armazém de Pedro Navarro. Se a venda ficava na esquina da Av. Brasil com a Minas Gerais, então é mais abaixo.Aquele quarteirão sinalizado seria o da Igreja, e a rua em frente seria a Lourença Diogo Ayala. Só informando, acho que é isso hehe…

  4. Neto Geraldes

    Agradeço muito se alguém conseguir identificar as pessoas da fotografia ou tiver alguma correção a fazer no texto

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